sexta-feira, 17 de outubro de 2008

A ardente paciência de um trigal

A ardente paciência de um trigal
Hoje você semeia um extenso trigal no campo.Ao voltar na semana seguinte, nada se vê: parece que o trigo morreu sob a terra.Duas semanas depois e tudo continua igual:o trigo continua sepultado no silêncio da morte.Mas, ao retornar quatro semanas depois, você observará com emoção que o trigal, verde e tenro, emergiu timidamente sobre a terra.Chega o inverno e o frio e até a neve castigam o trigal recém - nascido que mesmo sob esse enorme peso, sobrevive, persevera.Vêm as terríveis geadas, capazes de queimar toda a vida.O trigal não pode crescer e nem se quer respirar.Simplesmente ele se agarra obstinadamente à vida entre ventos e tempestades para sobreviver.
Desponta a primavera, o trigal começa a respirar e mais tarde começa a escalar a vida,lenta, mas firmemente. pouca diferença se percebe de um mês para o outro;parece que o trigal não cresce.
Mas ao voltar alguns meses mais tarde, com os olhos assombrados, você encontrará o espetáculo comovedor de um imenso trigal dourado, ondulado suavemente pela brisa. A que se pode comparar esse espetáculo?Ele se parece à esperança do mundo, ao simbolo de toda fecundidade.De onde vem essa maravilha?das noites terríveis do inverno.Por ter sobrevivido com uma obstinada perseverança nas longas noites de inverno, hoje temos esse espetáculo que nos faz chorar de emoção.

Frei Ignácio Larranãga-Transfigurações- Paulinas

Esse texto me acompanhou no dia de hoje...
Luciana Pontes

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