sábado, 9 de agosto de 2008

Mundos






Mundos


Sou assim...



Muitos mundos em um mundo



Muitas mulheres em uma mulher



Espelho



Que espelho?



O espelho que conheço são pessoas



Pessoas- espelho



Pessoas que admiro



Agora...



O espelho



Miro e não reconheço



Miro e não sei



De onde são esses olhos?



De que fusão de corpos fantasma fui concebida?



Sinceramente não sei...



Se interessar por um homem que tenha características de seu pai...



Que pai?



Ser o espelho de sua mãe...



Que mãe?



Claro que algo de pais outros, muito amados, marcam nossos corpos



Mas também carregamos a marca do ato, da concepção, do sangue!



Marcas profundas que não se apagam



Marcas que levamos pela vida...



Um mistério- vida...



Um mistério- morte...



Na morte- vida do ato



Da fusão de energias



Da fusão de almas



Vou passando de mundo em mundo



Porém, sou meu mundo



Eu tenho meu mundo



Afasto o véu e saio...



Uma palavra, um gesto



Rasgo o véu



Puxo o pedacinho de outro véu



Me recolho



Velar e Desvelar



Mirar e baixar os olhos



Mirar!



Enxergar



Querendo ou não



O interior alma



Seu olhar



As vezes é bom



As vezes é dilacerante



Sentir



O seu olhar



E além do olhar



Olhar- alma



As vezes vejo luz



As vezes trevas



As vezes alegria



Outras tristeza



E sinto tudo isso contigo



E para isso tenho que ter força



Posso dizer algo



Posso não dizer nada



Posso apenas mirar



O seu olhar...




Luciana Pontes















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