Meu avô
Meu avô...
Você me separou de minha mãe
A única pergunta que me vem...
Por quê?
Por quê? Pergunto...
Carrego seu sangue, carrego sua história, carrego você em mim
Minha mãe se movimenta em meu interior
E você está em nosso interior
Só vou te dizer, meu avô
Você separou nossos corpos, mas não nossas almas
O sangue é o mesmo
O coração é o mesmo
E não vou chorar
Vou gritar
O grito xamã mais alto
O pássaro
Grita
E você vai ouvir, meu avô
O meu chamado
O chamado de minha mãe
Aparência?
Honra?
Dinheiro?
O quê?
O quê? Eu grito
Por quê?
Cadê seu coração?
Meu avô
Que a mãe do céu toque o seu coração
Que você se lembre
Que você reflita
Sua neta , reza por ti
Grito para te acordar
Acordar seu sentir
Sente coração!
Sente!
Meu avô...
O amor...
O amor...tenho certeza que existe em ti
Sim, algum amor...
Mas assim
Não vou mais perguntar
Vou silênciar
Quero mirar seus olhos
Gostaria muito
Para ver...
Para saber...
Veja
Meu avô
Não sei o porque fizeste isso
Mas saiba
Rosas brancas existem
Justiça
Esperança
Fé!
Amor!
E eu grito
E grito
Me ouça
Agora!
Ouça
O grito de quem
Ama!
Luciana Pontes
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