sábado, 16 de agosto de 2008

Meu avô




Meu avô



Meu avô...

Você me separou de minha mãe

A única pergunta que me vem...

Por quê?

Por quê? Pergunto...

Carrego seu sangue, carrego sua história, carrego você em mim

Minha mãe se movimenta em meu interior

E você está em nosso interior

Só vou te dizer, meu avô

Você separou nossos corpos, mas não nossas almas

O sangue é o mesmo

O coração é o mesmo

E não vou chorar

Vou gritar

O grito xamã mais alto

O pássaro

Grita

E você vai ouvir, meu avô

O meu chamado

O chamado de minha mãe

Aparência?

Honra?

Dinheiro?

O quê?

O quê? Eu grito

Por quê?

Cadê seu coração?

Meu avô

Que a mãe do céu toque o seu coração

Que você se lembre

Que você reflita

Sua neta , reza por ti

Grito para te acordar

Acordar seu sentir

Sente coração!

Sente!

Meu avô...

O amor...

O amor...tenho certeza que existe em ti

Sim, algum amor...

Mas assim

Não vou mais perguntar

Vou silênciar

Quero mirar seus olhos

Gostaria muito

Para ver...

Para saber...

Veja

Meu avô

Não sei o porque fizeste isso

Mas saiba

Rosas brancas existem

Justiça

Esperança

Fé!

Amor!

E eu grito

E grito

Me ouça

Agora!

Ouça

O grito de quem

Ama!



Luciana Pontes



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