Acabou
Como disseram...
Acabou
Acabou o que não começou?
Ou não acabará?
O meu coração cansado me disse hoje...
Basta!
Chega!
Si, si coração sábio
Tu sabes
O quanto amei
O Coração- Vestal
Mas agora acabou
Não estou sentindo
O aperto no peito vai passar
Miro as cortinas de renda branca
Me vejo
Nas flores- renda
Tempos ali, exposta
Poeira
Rendas saem de meu corpo e boca
Sai também um espelho
Para que eu me veja
Sinta e reflita
E entenda que não te devo nada amado
O inominável
Amor não amado por ti
Tão amado por mim
Mas agora desvelado o não- sentir
Assim Ariadne se vai
Ela e suas rendas e fitas
Vai lavar a cortina de rosas brancas
Passar batom
Pintando a rosa de carmim
Passar o perfume preferido
E dançar sobre o lenço
Dançar a despedida
De seu amor que não a amou
Carinho ele tem
Estava em seus olhos
Mas ele não parou
Para ouvir a canção do pássaro
A canção inevitável
Do amor
Ele não parou
Ele não ouviu
Ele não sentiu
Ariadne não chorou
Apenas se despediu
Bailando
Com seu véu
Que enrosca nas estrelas
E rasga o coração da vestal
De uma vez
Para doer
Uma vez
Para fazer o curativo
Se Cuidar
Para o novo amor
Que virá...
O espelho- outro
Amor- espelho
Meu espelho
Onde está você?
As brumas...
É você?
Luciana Pontes
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