quarta-feira, 10 de junho de 2009

Acabou


Acabou


Como disseram...

Acabou

Acabou o que não começou?

Ou não acabará?

O meu coração cansado me disse hoje...

Basta!

Chega!

Si, si coração sábio

Tu sabes

O quanto amei

O Coração- Vestal

Mas agora acabou

Não estou sentindo

O aperto no peito vai passar

Miro as cortinas de renda branca

Me vejo

Nas flores- renda

Tempos ali, exposta

Poeira

Rendas saem de meu corpo e boca

Sai também um espelho

Para que eu me veja

Sinta e reflita

E entenda que não te devo nada amado

O inominável

Amor não amado por ti

Tão amado por mim

Mas agora desvelado o não- sentir

Assim Ariadne se vai

Ela e suas rendas e fitas

Vai lavar a cortina de rosas brancas

Passar batom

Pintando a rosa de carmim

Passar o perfume preferido

E dançar sobre o lenço

Dançar a despedida

De seu amor que não a amou

Carinho ele tem

Estava em seus olhos

Mas ele não parou

Para ouvir a canção do pássaro

A canção inevitável

Do amor

Ele não parou

Ele não ouviu

Ele não sentiu

Ariadne não chorou

Apenas se despediu

Bailando

Com seu véu

Que enrosca nas estrelas

E rasga o coração da vestal

De uma vez

Para doer

Uma vez

Para fazer o curativo

Se Cuidar

Para o novo amor

Que virá...

O espelho- outro

Amor- espelho

Meu espelho

Onde está você?

As brumas...

É você?



Luciana Pontes

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