Morta
Morta estou
Ah que bela notícia
A Vestal está morta
Anestesiada pelas perdas
De seus mais amados
Será que eles sabem disso?
Talvez
É importante que saibam?
Talvez
Morta estou
Cada vez que falam de meus pais
Morro cada dia mais
O vínculo eterno brilha
E peço para ir com eles
Será permitido?
Quero caminhar pelo tunel
Quero voar como borboleta
Que se debate nos vidros
Mas insiste em sair
Insiste
Ouço a palavra morte
Uma risadinha dentro de mim
Um prazer
Repito
Morta, morta, morta
Um arrepio de satisfação
Um lábio trêmulo de alegria
Morta
Morta com a blusa de flores
Flores nos cabelos de Ariadne
Meu avô...
Aquele que não me quis...
Será que vou encontrá- lo
E se encontrar o que direi a ele?
Tu me tomaste a vida!
Como aguento viver aqui
Sem meus pais amados...
Como suporto?
Como existe vida em meus lábios trêmulos
Em minha péle
Em meu corpo- vestal?
Morte, morta
E um sorrisinho que vem
No canto da boca
Morte
E eu ainda espero esse maravilhoso encontro
Com o infinito...
Luciana Pontes
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