sábado, 1 de agosto de 2009

Casulo


Casulo


Voltei...

Ao meu casulo

O mundo me assusta

As pessoas me falam

Me falam

Me falam

O que eu não quero ouvir

Não quero ouvir

Voltei ao meu casulo- carne

Voltei para o meu casulo- espírito

Faço meu pão- vida

Com fermento que brilha com a luz que entra pela janela

A massa , macia...

Amasso com força

Força de um corpo que está em um casulo - carne

Onde habita, o casulo- espírito

Forno quente

Pão quente

Com leite

Café da tarde com a familia

Cada um em seu lugar a mesa

Da familia espanhola

Quanta alegria!

Quantos segredos...

Quantas histórias...

Meus olhos bailam

As lágrimas dançam

Ouço o barulho do mar todos os dias

A me chamar

Filha ...

Mas ouça mar...

Tenho que ficar e esperar...

A vida penetrar em cada fragmento espelho em mim

Para que cada parte de mim brilhe-vida

Vou tecendo cada fio do véu eterno

Que me mostra e me esconde

O que há por detrás da imagem?

O que há detrás do véu?

As pessoas pintando cores-luz

Me emocionam

A minha dor-corpo, penso que é ilusão

Como fala o sutra

E não a sinto

As vezes não me sinto...

Me senti viva uma vez com um lindo sorriso...

Me senti morta uma vez em uma despedida...

Mas o que compreendo agora

É que tudo isso é vida!

Isso é viver!

E estou viva!


Luciana Pontes

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