domingo, 28 de dezembro de 2008
Ser tua?
Ser tua vida?
Ser tua morte?
Simplesmente ser
Pulsar
Viver
Sofrer
Rir
Amar
Se encolher
Querer um abraço
Abraçar
Morrer
Viver
Dormir
Sonhar
Calma...
Silêncio
A moça dorme um sono tranquilo...
Silêncio
Viajar....
Luix
Amor, amar
Amor, amar, amar, amor
E a chuva caía
E eu lá tão solita
Sem guarda- chuva
Esperando a chuva passar
Encostada naquela antiga porta
Que ficava naquele antigo prédio
Naquela antiga rua
Do antigo bairro
Da cidade cinzenta
Tudo era cinza
Só minha saia era verde
Verde erva- doce
Tão linda
Tão Brasil, toda de algodão e crochê
Toda molhada
A moça passa pela porta e me mira sorrindo
Vai até aquele apartamento?
Eu respondo, não, eu já fui, agora é hora de ir...
E a chuva aumentou
Eu disse a moça que iria esperar a chuva passar
Mas a verdade é que estava sem forças para andar
Encostada naquela antiga porta
Depois de tantas revelações minhas
Depois que o olho- lago negro apertou o cantinho de surpresa a cada palavra minha
A resposta foi única
Me mirou e disse...¨É hora de ir...¨
Resgate de tantos séculos, tantas histórias, tantas visões que me vieram
Eu mirei seu olho de lago Negro e coloquei a ponta do pé, não, não estava frio
Mergulhei no lago, voltei, senti muitas sensações de confiança, vi muitas cenas, senti aromas,
Vi uma bruma muito de leve que consegui espantar, sorri e voltei aonde estava, ali, ao alto daquela escada com que sonhei tantas vezes...
Ao alto da escada sorri de leve, como ele, era a nossa despedida, eu o tinha conhecido, houve a dissolução, ele me mirou, ele sentiu, ele me libertou...
Veio essa frase em minha mente...ele te libertou...
Fiquei me perguntando do que? Porque o elo espiritual é fortissimo...
Me pergunto se a liberdade é a de aprender a confiar, me entregar a um trabalho emocional sério, e me firmar, a liberdade de confiar amando, porque amamos quem confiamos...
Sim o amor- confiança foi o que me libertou!O elo existe, de longo tempo, desde que ele me abandonaste naquela casa branca de campo e foi embora falando que voltaria...
E eu logo que o vi pela primeira vez sabia, e eu logo que o conheci agora nessa vida sabia que ele voltaria e me resgataria de alguma forma e fez!E como eu o amo por isso!
Gracias por tudo!
Bom, voltando ao alto da escada ele se virou e eu me virei meio que não acreditando naquilo , na despedida mas era fato!
Só sei que enquanto estava esperando a chuva passar encostada na porta antiga, ouvi a musica Atras da porta- de Chico Buarque, tão triste fiquei..., então tomei coragem e fui embora, enfrentei a chuva e consegui um taxi no meio da rua, um milagre!
Eu estava ensopada, a saia grudava nas pernas, coloquei meu casaco e mirei o vazio...
O taxista um senhor simpatico perguntou porque eu estava daquele jeito, quieta.
Aí eu respondi que estava triste e só!
Aí o taxista disse que por me ver tão triste se não fosse a chuva, me levaria para almoçar e me levaria até Campinas.
Agradeci, tinha umas bolachas na bolsa, comi e ele me deixou na rodoviária e disse...Boa sorte!
Eu falei...pra ti tambem!E fui correndo comprar minha passagem e vir para Campinas.
Cheguei em casa tomei uma sopa, banho quente e cama!
Deitei e pensei...Vou sentir saudades, mas ele esta comigo onde eu for...aí sorri e dormi encolhida.
Esta não é a historia toda...um dia eu conto...
Besos
Luix
Escrever, escrever, e escrever...
Entaun...
Flores...
Ele...Rimbaud
sábado, 27 de dezembro de 2008
Atrás da porta...
Chico Buarque
Composição: Francis Hime/Chico Buarque
Quando olhaste bem nos olhos meus,E o teu olhar era de adeus,Juro que não acreditei, eu te estranhei.Me debrucei sobre teu corpo e duvidei,E me arrastei e te arranhei,E me agarrei nos teus cabelos,Nos teu peito, teu pijama,Nos teus pés ao pé da cama,Sem carinho, sem coberta,No tapete atrás da porta,Reclamei baixinho...Dei pra maldizer o nosso lar,Pra sujar teu nome, te humilhar,E me vingar a qualquer preço,Te adorando pelo avesso.Pra mostrar que ainda sou tua...
Linda música que ouvi encostada em uma Porta antiga, em um bairro antigo, e nesse dia chovia...dentro e fora de mim...Nunca gostei de despedidas.
O meu corpo estava molhado, senti frio, a saia verde colava em minhas pernas, eu estava sem guarda- chuva, e comecei a andar em vez de correr, aceitei aquela chuva em meu corpo, como se estivesse liberta de algo, mas chorando por dentro, de lembranças de vidas , vida essa, outras vidas, ainda não sei...
O último olhar naquele lago negro, como o meu, que apertava o cantinho do olho a cada revelação minha.
Lago negro de ponta a ponta ouroboros, sonhei com esse simbolo que quer dizer eterno retorno, a eternidade...
O circulo ouroboros...
Eu sonhei
Sonhei tambem com as escadarias e com o auxilio que receberia ali
Sonhei com a camisa colorida e com o chá
Eu sempre com alimentos, alimentando e sendo alimentada, sem ninguem pedir nada
Porque ali cada um tem seu anjo e não precisa de proteção um do outro
O que se confirmou foi um elo de confiança belo
Pensei tudo isso no caminho do táxi até a rodoviária, ainda anestesiada com a historia toda
Eu mudei, hj pinto borboletas e tomo remedios e começo novo ciclo, ouroboros, o eterno retorno
Hj escutei essa musica atras da porta, como Chico consegue? traduzir o receio da dissolução ou separação de duas pessoas assim? Fantástico.
E o elo espiritual separa?Creio que não...é muito forte...
Só sei que o amor confiança ficou em mim, o ano está a começar e vamu que vamu, eu, meus remédios, minha saia verde, minha religiosidade e quem sabe ele venha...
Pintarei borboletas rodopiantes de tanta alegria, porque a visita de alguém que está em sua vida a long time é sempre uma comemoração!
E se ele quiser vir...estou aqui...se não vier,ele está aqui de qualquer forma, sempre esteve...
Luix
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Mas...
domingo, 14 de dezembro de 2008
Solaris
Dylan Thomas
Solaris
Como elas...
Como elas se sentiram?
Tristes, ansiosas, sem esperança, abandonadas, ou presas
Como elas se sentiram?
Solitárias
Elas viam as pessoas, as ouviam?
Elas tomaram ópio?
Como elas se sentiram?
Como OPhélia, Lady Shalot,Ana Karerina
Como se sentiram?
O que enxergaram?
Ou não viam nada!
Como se sentiu Ophélia amada e não amada
Como se sentiu Lady Shalot vendo através de sombras e espelhos
Como se sentiu Ana Karerina insegura diante do amado e tendo o ópio como o melhor companheiro
Sim o ópio
Os Remédios de Rheya em Solaris, o melhor companheiro
Para se tirar a agonia, não há nada melhor, nada melhor
Tomar remédios e pintar, ouvir uma bela música
Se ver como a um espelho, um remédio?Uma sombra de você mesma, um fantasmas muitas vezes estranho de se mirar.
De certa forma um remédio, porque tu fala e coloca pra fora muitas coisas, apesar de muitas coisas que saem de sua boca tu não esperava falar e nem ouvir.
Aí vem a catarse, você está na boca do furacão.
Você não quer ouvir aquilo e nem pensar, aí tu tampa os ouvidos como Rheya em solaris, porque é demais pra vc, é de mais pra uma pessoa de sensibilidade duplicada, aí só os espiritos para acalmar.
Para fugir tu te sentes uma ophélia com flores nos cabelos nas águas cantando, ou lady Shalot nas águas boiando cantando...
Sinto que Ana Karerina cantava tambem, uma melodia que fica dentro da cabeça de leve e repetitiva que te consola, como um transe, agora entendo porque todas elas cantavam na hora da passagem...na hora da libertação delas...
Todas as mulheres cantam...de alegria, tristeza, para seus filhos, entes queridos doente, para si mesmas, a canção acalma e liberta, água que cai e liberta, a água da vida.
Luix
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
A Zonza
A borboleta zonza pela cidade
Enxerga e não enxerga
A borboleta zonza não sente nada
Por isso ela fica borboleteando
Porque ela não sente nada
Mas ela sorri ou fecha a cara
A borboleta dorme
A borboleta sorri
Inocênte borboleta, não sabe de nada, não sabe de nada
Ela está por aí...
Luix
*Ela ainda toma ópio?ououououou, será?
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Confiança
Algo muito importante
Se tu não tiveres confiança em algo ou em alguém
Tu tá perdido meu irmão
Ferrado mesmo
Porque daí tudo perde o sentido
E a revolução em seu coração não rola
E ela como diz aquele amigo de ontem
A revolução não será televisionada
Não será
A revolução maior dentro de seu coração
Não será mesmo
Será sentida por ti no mais alto grau, ou devagar dependendo de como vc estiver
Lembre- se sempre do mar
De sua altivez e confiança
Ele se impõe poéticamente
Por isso que eu o amo
O mar...
Luix
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Frida
Me falam de Frida
Sim Frida
A arte como meio de suportar o dia a dia
Sim
É possível
Suportar caveirinhas de açucar de várias cores
Que ganhei e faço coleção
Tenho uma de cada cor
No México significa morte? vida?
Não sei
Mas, gosto de caveirinhas de açucar
E quando eu morrer, pensarei como Frida
Espero nunca mais ter que voltar...
Só um vinho para aliviar isso aqui
Será por isso que Maria Esther bebia?
O vinho do vinho
Que nos diga os grandes poetas e suas bebidinhas
Luix
Sentindo...
Hj acordei
Por hj acordei
Estou sentindo que vou morrer
Morrer
Como diz a música
É tanta tristeza que vem...
Me sinto sentada na areia mirando o mar
O mar de fora e o mar de dentro de Lya Luft
A insuportabilidade do mundo
A insuportabilidade do corpo
A insuportabilidade
Comi um chocolate e não senti nada
Nem a calmaria, nem a alegria, nem o doce
Eu sou o ser que mais me sente
Sinto e sinto
Anestesia
Luix
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Pois é...
Hj tomei chocolate quente, me fiz um carinho, por hj, só por hj...
Luix